segunda-feira, 20 de junho de 2011

Musicoterapia e Envelhecimento





“Acredita-se que a função da Musicoterapia é criar, manter e fomentar a comunicação, resgatando a espontaneidade perdida pelo homem ao longo de sua existência, estimulando a criatividade e liberando o indivíduo de condutas estereotipadas, de sua rigidez e cristalizações, comportamentos adquiridos durante o processo e envelhecimento” (GODINHO IN PINTO ET AL, 2006).

A velhice não precisa ser um período de inatividade. Ao se libertar dos estereótipos negativos, o indivíduo pode viver uma velhice plena e ativa. Ao estimular a criatividade, o indivíduo desprende-se das atitudes e pensamentos cristalizados, possibilita uma reelaboração da  sua própria existência e compreensão da fase por ele vivenciada.

A comunicação intra e interpessoal é fundamental para o idoso e a musicoterapia mostra-se uma forma terapêutica importante, pois é capaz de abrir canais de comunicação verbal e não verbal,  proporcionando momentos de integração e oferecendo ao idoso a oportunidade de expressar sentimentos e emoções.

O trabalho musicoterapêutico, além de tratar de questões emocionais, estimula as funções cognitivas e motoras, facilita a comunicação assim como a integração intra e interpessoal.

O Setting Musicoterapêutico

O musicoterapeuta se utiliza da música, dos sons, ruídos, enfim, qualquer manifestação sonora, inclusive silêncios. No setting musicoterapêutico, os instrumentos musicais atuam como um importante objeto intermediário, agindo, para o idoso como uma extensão do seu próprio corpo. Além dos instrumentos musicais e da voz, podem ser usados alguns recursos complementares como: microfone com pedestal, microfone de cabeça, aparelho de som e quadro branco. 

É importante que o musicoterapeuta adapte as propostas de acordo com as particularidades de cada cliente/paciente, utilizando os recursos que melhor se mostrarem eficazes, lembrando que os indivíduos apresentam diferentes condições físicas, mentais e emocionais.

É ainda função do terapeuta estimular as potencialidades, promover uma reabilitação funcional e prevenir as perdas próprias da idade. Porém, ao se isolar, o idoso deixa de estimular tanto os movimentos motores como cognitivos e emocionais conduzindo-o à um declínio acelerado.

Um trabalho de re-significação e auto conhecimento pode tirar o idoso do seu lugar de estagnação e leva-lo à uma vida mais ativa e, consequentemente, mais feliz. Ao se conhecer melhor, o idoso pode re-elaborar seus conceitos e aceitar a fase vivenciada com mais tranqüilidade, adequando-se à suas limitações, e desfrutando de tudo que ainda possa realizar.

"Através da experimentação e organização do material sonoro o paciente entra em contato com pensamentos, sentimentos, lembranças e emoções que podem ser partilhados com o musicoterapeuta, e, de alguma forma, elaborados." (BARCELLOS, 1996)



Referências

BARCELLOS, Lia Rejane; SANTOS Marco Antônio Carvalho. A Natureza polissêmica da música e a musicoterapia. Revista Brasileira de Musicoterapia. Rio de Janeiro: Ano I - Número 1, p. 5- 18, 1996

CASTRO PINTO, S. P. L. et al. O Desafio Multidisciplinar: Um Modelo de instituição de Longa Permanência para Idosos. São Caetano do Sul, SP: Yendis Editora, 2006.

Um comentário:

  1. Bom dia Flavia
    Trabalho como psicóloga em um Centro de ReferEncia em assistência Social em um municipio pequeno e não temos tido muitas atividades com idosos, apesar de ser nosso público alvo. Gostei das propostas por você apredentada e se possível me envie por email novas sugestões.
    Att.
    Maria do Carmo

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