segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Mês do Musicoterapeuta - Juliette Alvin




Continuando as postagens sobre os pioneiros da musicoterapia mundial, apresento hoje a musicoterapeuta Juliette Louise Alvin  (1897 - 1982) .

Breve história 

O uso da música nos hospitais foi documentada pela primeira vez após a Segunda Guerra Mundial e, em 1950, profissionais britânicos de diversas áreas formaram uma organização denominada Sociedade de Musicoterapia e Música Corretiva, entre eles  Juliette Alvin. Esta entidade se tornou a Sociedade Britânica de Musicoterapia em 1967 e levou ao primeiro curso de formação - dirigido por Juliette Alvin. Em 1971, Alvin ensinou na Escola de Música e Drama Gildholla (Guildhall School of Music and Drama) em Londres.

Com atuação no Reino Unido, a violoncelista Juliette Alvin desenvolveu um trabalho pioneiro especialmente com crianças que apresentavam dificuldades de aprendizagem e pessoas com transtornos psiquiátricos. Juliette teve também uma importante participação na formação de musicoterapeutas, fundando bases sólidas para a profissão no Reino Unido, sendo que sua influência sobre a atual geração de professores e musicoterapeutas britânicos continua forte.

O Modelo Alvin - Terapia de Livre Improvisação

Desenvolvido por Juliette Alvin, nesse modelo a música é utilizada como força para revelar aspectos do inconsciente. Alvin acreditava que “música é uma criação do homem, portanto, o homem pode ver a si próprio na música que ele cria”. Na terapia de livre improvisação, clientes e terapeutas podem improvisar sem regras musicais e a música pode ser uma expressão do caráter e personalidade do indivíduo. Dentro desse contexto, ocorrem naturalmente descargas terapêuticas.
Do ponto de vista teórico e psicoterapêutico, a autora trabalhou com o conceito de “igualdade na relação” onde o terapeuta e o cliente dividem experiências musicais no mesmo nível, e tem igual controle sobre a situação musical. Autistas e crianças excepcionais respondem bem dentro dessa abordagem, uma vez que ela oferece uma significativa e sensível organização musical.
Alvin enfatizou a importância dos musicoterapeutas compreenderem a fisiologia humana e a forma como o corpo reage à música e ao som para se inteirarem plenamente das formas de aplicação da musicoterapia.

Autismo e Musicoterapia

Juliette foi uma das primeiras a usar a música para trabalhar com crianças autistas.
Em 1974, ela trabalhou em um centro para ajudar crianças com autismo de Chinnor em Oxfordshire (Chinnor Unidade de Recursos para crianças autistas).
Ela é a autora de diversos  livros, entre eles - A musicoterapia para crianças com autismo. O livro foi publicado pela primeira vez em 1978. Foi o primeiro livro sobre os efeitos da musicoterapia no desenvolvimento de uma criança com autismo, e ainda é uma das diretrizes básicas nesta área.


 Outros livros:




Influências no Japão

Juliette visitou o Japão duas vezes, uma em 1967 e outra em 1969. Apesar da brevidade de suas estadias, exerceu forte influência para a introdução da profissão no país. Associações profissionais foram lançadas, catalisadas por sua visita. Alvin lançou as primeiras manifestações clínicas e inspirou os pioneiros da musicoterapia japonesa, não só para explorar uma filosofia própria, mas uma visão abrangente da direção futura da musicoterapia japonesa. Um jovem músico, que trabalhou como assistente em sessões de Alvin adotou sua abordagem e se tornou um ícone na musicoterapia japonesa.

Juliette Alvin morreu aos 85 anos.


Referências:

FOWLER, Viviane Rose. A Musicoterapia e suas Interações com os Ritmos Biológicos. São Paulo: FACULDADES METROPOLITANAS UNIDAS, 2008

HANEISHI, E. Juliette Alvin: Her legacy for music therapy in Japan. Journal of Music Therapy 42(4), 273-95., 2005.

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