quarta-feira, 6 de setembro de 2017

Atividades musicais para Idosos com Doença de Parkinson



Na postagem de hoje vou iniciar uma série de sugestões de atividades para idosos de acordo com a patologia apresentada.

Lembrando que somente um musicoterapeuta qualificado pode avaliar e planejar a melhor atividade e procedimentos terapêuticos para cada idoso.

Hoje abordaremos a Doença de Parkinson (ou Mal de Parkinson)

A Doença de Parkinson

É uma doença degenerativa do sistema nervoso central, crônica e progressiva. É causada por uma diminuição intensa da produção de dopamina, que é um neurotransmissor (substância química que ajuda na transmissão de mensagens entre as células nervosas). A dopamina ajuda na realização dos movimentos voluntários do corpo de forma automática, ou seja, não precisamos pensar em cada movimento que nossos músculos realizam, graças à presença dessa substância em nossos cérebros. Na falta dela, particularmente numa pequena região encefálica chamada substância negra, o controle motor do indivíduo é perdido, ocasionando  basicamente quatro sinais principais:


  •  tremores;
  •  acinesia ou bradicinesia (lentidão e diminuição dos movimentos voluntários); 
  • rigidez (enrijecimento dos músculos, principalmente no nível das articulações); 
  • instabilidade postural (dificuldades relacionadas ao equilíbrio, com quedas freqüentes).


A Doença de Parkinson e o Idoso

Com o envelhecimento, todos os indivíduos saudáveis apresentam morte progressiva das células nervosas que produzem dopamina. Algumas pessoas, entretanto, perdem essas células (e conseqüentemente diminuem muito mais seus níveis de dopamina) num ritmo muito acelerado e, assim, acabam por manifestar os sintomas da doença. 
Não se sabe exatamente quais os motivos que levam a essa perda progressiva e exagerada de células nervosas (degeneração), muito embora o empenho de estudiosos deste assunto seja muito grande. Admitimos que mais de um fator deve estar envolvido no desencadeamento da doença.

Tratamento da Doença

Existe sim tratamento medicamentoso para a Doença de Parkinson . Entretanto, tais medicamentos são sintomáticos, ou seja, eles repõem parcialmente a dopamina que está faltando e, desse modo, melhoram os sintomas da doença. Ainda não existem drogas disponíveis comercialmente que possam curar ou evitar de forma efetiva a progressão da degeneração de células nervosas que causam a doença. Assim, é muito recomendável um suporte  que inclua várias propostas terapêuticas, sendo a musicoterapia uma importante ferramenta terapêutica. 
O objetivo do tratamento, incluindo medicamentos, musicoterapia, fisioterapia, fonoaudiologia, suporte psicológico e nutricional, é reduzir o prejuízo funcional decorrente da doença, permitindo que o paciente tenha uma vida independente, com qualidade, por muitos anos.

Musicoterapia e Parkinson


Sintomatologia
Atividade/Abordagem
Alteração rítimico-sonora
Hipertonia, oligocinesia
Tremor de repouso
Deambulação claudicante
Face inexpressiva
Linguagem lentificada

Relaxamento passivo e ativo
Instrumentos de grande potência sonora e manuseio
Consciência corporal, deambulação, lateralidade e respiração
Canção de ação

Sugestões de Atividades

  • Relaxamento e respiração: Iniciar a sessão com um relaxamento com música instrumental ao fundo, incluindo exercícios de respiração;
  • Tocando no ritmo: Utilizar instrumentos com área ampla para fazer a marcação do ritmo de música escolhida pelo idoso (evitar instrumentos pequenos demais). Ex: grande tambor (surdo, zabumba, taiko, grande pandeiro, clavas se o idoso ainda consegue segurar com firmeza, etc)
  • Variação da "estátua": Ao som de uma música lenta porém com ritmo marcante (o andamento da música deve ser escolhido com base na velocidade que o idoso consegue caminhar) andar com o idoso segurando ou apoiando seus braços de frente a ele (o terapeuta andará de costas) Assim ele terá apoio constante. Parar quando a música parar (sugiro editar pequenas paradas na música, ou pedir para alguém fazer pausas aleatórias). Cuidado para não puxar o idoso, o terapeuta se coloca apenas como apoio. Uma variação dessa atividade - quando a música parar, cada um pode falar algo escolhido como um compositor, um cantor, cor, fruta..qualquer palavra mas sem repetir. Assim também será realizado um estímulo cognitivo.
  • Gestos e Música: Escolher músicas que possuam gestos, ou crie gestos e movimentos a partir de uma canção escolhida. Escolha movimentos que o idoso realize sem muita dificuldade para não gerar frustração. Com o idoso envolvido com a música, o foco no movimento ficará menos evidenciado e além disso, o ritmo musical pode ajudar na sincronização dos movimentos do idoso, diminuindo a rigidez e movimentos descoordenados. 

No vídeo abaixo, veremos algumas atividades realizadas com pacientes parksonianos:






Muitas outras atividades poderão ser realizadas a partir dos conceitos apresentados. 

Bom trabalho!


Referências:

CASTRO PINTO, S. P. L. et al. O Desafio Multidisciplinar: Um Modelo de instituição de Longa Permanência para Idosos. São Caetano do Sul, SP: Yendis Editora, 2006.   

Academia Brasileira de Neurologia: O que é Doença de Parkinson. Disponível em http://www.cadastro.abneuro.org/site/conteudo.asp?id_secao=31&id_conteudo=34&ds_secao





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